Quando terminei de ler Nada de Novo no Front, senti como se tivesse atravessado as trincheiras ao lado de Paul Bäumer. O romance de Erich Maria Remarque é um daqueles livros que não só contam uma história, mas cravam frases na sua memória, como cicatrizes que você não consegue esquecer.
Com sua escrita direta e profundamente humana, Remarque traduz o horror da guerra em palavras dolorosas, que envolvem e, ao mesmo tempo, chocam o leitor pela crueza e brutalidade do que é contado.
(Se você ainda não leu esse livro, mas tem curiosidade, sugiro que leia esta resenha).
Durante a leitura desse livro, grifei vários trechos que traduzem um pouco o significado dessa obra. São frases de Nada de Novo no Front que capturam o espírito do livro: o absurdo da guerra, a perda da inocência e a desumanização que consome os soldados.
Confira essas frases a seguir:
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12 frases de Nada de novo no front que você precisa ler
“Os mais sensatos eram realmente os pobres, os simples: viram logo que a guerra era uma desgraça, enquanto as classes mais altas não se continham de alegria, embora fossem elas justamente que deveriam ter previsto mais depressa as suas consequências.”
“Só o hospital mostra realmente o que é a guerra. Sou jovem, tenho vinte anos, mas da vida conheço apenas o desespero, o medo, a morte e a mais insana superficialidade que se estende sobre um abismo de sofrimento.”
“Não somos mais a juventude. Não queremos mais conquistar o mundo. Somos fugitivos. Fugimos de nós mesmos e de nossas vidas. Tínhamos dezoito anos e estávamos começando a amar a vida e o mundo e fomos obrigados a atirar neles e destruí-los. “
“A primeira bomba, a primeira granada, explodiu em nossos corações. Estamos isolados dos que trabalham, da atividade, da ambição, do progresso. Não acreditamos mais nessas coisas; só acreditamos na guerra.”
“Vejo como os povos são insuflados uns contra os outros e como se matam em silêncio, ignorantes, tolos, submissos e inocentes. Vejo que os cérebros mais inteligentes do mundo inventam armas e palavras para que tudo isto se faça com mais requintes e maior duração. E, como eu, todos os homens de minha idade, tanto deste quanto do outro lado, no mundo inteiro, veem isto; toda a minha geração sofre comigo.“
“Durante todos esses anos, nossa única preocupação foi matar. Nossa primeira profissão na vida. Nosso conhecimento da vida limita-se à morte. Que se pode fazer, depois disto? Que será de nós?“
“Perdemos toda a noção de solidariedade; quase não nos reconhecemos, quando, por acaso, a imagem do outro cai sob nosso olhar de fera acossada. Somos mortos insensíveis que, por um feitiço trágico, ainda conseguem correr e matar.“
“Desamparados como crianças e experientes como velhos, somos primitivos, tristes e superficiais… Acho que estamos perdidos.“
“Sou jovem, tenho vinte anos, mas da vida conheço apenas o desespero, o medo, a morte e a mais insana superficialidade que se estende sobre um abismo de sofrimento.“
“Mas agora, pela primeira vez, vejo que é um ser humano como eu. Pensei nas suas granadas, na sua baioneta e no seu fuzil. Agora, vejo sua mulher, seu rosto e o que temos em comum. Perdoe-me, companheiro. Só vemos as coisas tarde demais. Por que não nos repetem sempre que vocês são também uns pobres-diabos como nós, que suas mães se inquietam como as nossas e que temos o mesmo medo da morte e morremos do mesmo modo, sentindo a mesma dor?…“
“Perdoe-me, companheiro, como é que você pôde ser meu inimigo? Se jogássemos fora estas armas e estas fardas, poderia ser meu irmão, como Kat e Albert. Tire vinte anos de minha vida, companheiro, e levante-se… tire mais, porque não sei o que farei deles agora.”
“Fui soldado e agora nada mais sou do que sofrimento…“
Se você já leu o livro, talvez se sinta tão tocado quanto eu ao revisitar essas passagens. E se ainda não leu, espero que essas citações sejam o empurrão que faltava para investir nessa leitura.
Prepare-se: cada frase é um soco no peito e uma oportunidade de entender melhor a história e o comportamento humano.
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