As 18 melhores frases do livro A Peste, de Albert Camus

O clássico A Peste, do escritor francês Albert Camus, estava na minha estante desde o ano passado. Para falar a verdade, apesar da sua fama, o que despertou meu desejo de ler essa obra foi a pandemia.

Embora o livro utiliza a doença como um símbolo, uma alegoria, que representa a chegada do nazismo à Argélia, é impossível não associar a narrativa à diversos fatos que estamos vivendo agora.

(Se você veio do futuro, estou me referindo à pandemia de COVID-19 que tem assolado o mundo, especialmente o Brasil, entre 2020-2021).

Sinceramente, eu não esperava que fosse me envolver tanto nessa leitura, nem que ela iria me causar tanta aflição, angústia e, ao mesmo tempo, esperança de que os tempos difíceis passam. Mesmo que demorem, eles vão passar.

Gostei tanto desse livro, que praticamente o devorei, ansiosa para saber o que aconteceria com a pequena cidade de Orã e, mais especificamente, com o médico, Doutor Bernard Rieux, que precisou lidar com todos os doentes e com as aflições das pessoas ao seu redor.

A Peste me marcou de tal forma que, da mesma forma que fiz com Crime e Castigo, de Dostoiévski, e Macbeth, de William Shakespeare, resolvi compartilhar as frases mais marcantes dessa obra por aqui.

Se eu pudesse, colocava o livro todo aqui embaixo, porque acredito que todo mundo deveria conhecer essa obra. No entanto, para não me alongar demais, selecionei algumas que, eu acredito, revelam o teor dessa história.

Vale lembrar que esses trechos foram retirados da edição publicada pela Editora Record (288 páginas).

Frases marcantes do livro A Peste, de Albert Camus

“A imprensa, tão indiscreta no caso dos ratos, já não mencionava nada. É que os ratos morrem na rua e os homens, em casa. E os jornais só se ocupam da rua.”

“Os flagelos, na verdade, são uma coisa comum, mas é difícil acreditar neles quando se abatem sobre nós. Houve no mundo igual número de pestes e de guerras. E contudo, as pestes, assim como as guerras, encontram sempre as pessoas igualmente desprevenidas.”

“Como poderiam ter pensado na peste que suprime o futuro, os deslocamentos e as discussões? Julgavam-se livres e jamais alguém será livre enquanto houver flagelos.”

“Números flutuavam em sua memória e ele dizia a si mesmo que umas três dezenas de pestes que a história conheceu tinham feito perto de cem milhões de mortos. Mas que são cem milhões de mortos? Quando se fez guerra, já é muito saber o que é um morto.”

“Sim, era realmente o sentimento de exílio esse vazio que trazíamos constantemente dentro de nós, essa emoção precisa, o desejo irracional de voltar atrás ou, pelo contrário, de acelerar a marcha do tempo, essas flechas ardentes da memória.”

“Havia os sentimentos comuns, como a separação ou o medo, mas continuavam a colocar em primeiro plano as preocupações pessoais. Ninguém aceitara ainda verdadeiramente a doença.”

“Mas chega uma hora na história em que aquele que ousa dizer que dois e dois são quatro é punido com a morte.”

“Muitos continuavam a esperar que a epidemia cessasse e que eles fossem poupados, com as suas famílias. Por consequência, não se sentiam ainda obrigados a nada. A peste nada mais era para eles do que uma visita desagradável que havia de partir um dia. Assustados, mas não desesperados, não chegara ainda o momento em que a peste lhes surgiria como a própria forma da sua vida e em que esqueceriam a existência que até então tinham podido levar.”

“Desde o início da história, os flagelos de Deus põe a seus pés os orgulhosos e os cegos. Meditai sobre isso e caí de joelhos.”

“Ah, se fosse um terremoto! Uma boa sacudidela, e não se falava mais nisso… Contam-se os mortos, os vivos, e pronto. Mas esta porcaria de doença! Até os que não a apanham parecem trazê-la no coração.”

“Quanto mais a pandemia se estender, mais a moral se tornará elástica.”

“O que é verdade em relação aos males deste mundo é também verdade em relação à peste. Pode servir para engrandecer alguns. No entanto, quando se vê a miséria e a dor que ela traz, é preciso ser louco, cego ou covarde para se resignar à peste.”

“O mal que existe no mundo provém quase sempre da ignorância, e a boa vontade, se não for esclarecida, pode causar tantos danos quanto a maldade. Os homens são mais bons do que maus, e na verdade a questão não é essa. Mas ignoram mais ou menos, e é isso que se chama virtude ou vício, sendo o vício mais desesperado o da ignorância, que julga saber tudo e se autoriza, então, a matar.”

“É uma ideia que talvez faça rir, mas a única maneira de lutar contra a peste é a honestidade.”

“Compreendi que toda a desgraça dos homens provinha de eles não terem uma linguagem clara. Decidi então falar e agir claramente, para me colocar num bom caminho.”

“Mas o efeito mais perigoso do esgotamento que vencia, pouco a pouco, todos os que continuavam a luta contra o flagelo não estava nessa indiferença aos acontecimentos exteriores e às emoções dos outros, e sim na negligência a que haviam chegado. Porque tinham então tendência a evitar todos os gestos que não fossem absolutamente indispensáveis e que lhes pareciam sempre acima das suas forças. Foi assim que esses homens chegaram a desprezar cada vez mais as regras de higiene que tinham codificado, a esquecer algumas das desinfecções que deviam praticar em si próprios, a correr por vezes, sem se prevenirem contra o contágio, para junto de doentes atacados de peste pulmonar, porque, alertados no último momento de que deviam dirigir-se a casas infectadas, tinha-lhes parecido de antemão exaustivo voltarem a qualquer local para fazerem as instilações necessárias. Nisso residia o verdadeiro perigo, pois era a própria luta contra a peste que os tornava então mais vulneráveis à peste. Apostavam, em suma, no acaso e o acaso não pertence a ninguém.”

“Negavam, enfim, que tivéssemos sido esse povo atordoado de que todos os dias uma parte, empilhada na boca de um forno, se evaporava em fumaça gordurosa, enquanto a outra, carregada com as correntes da impotência e do medo, esperava a sua vez.”

“O bacilo da peste não morre nem desaparece nunca, pode ficar dezenas de anos adormecido nos móveis e na roupa, espera pacientemente nos quartos, nos porões, nos baús, nos lenços e na papelada, E saiba, também, que viria talvez o dia em que, para desgraça e ensinamento dos homens, a peste acordaria os seus ratos e os mandaria morrer numa cidade feliz.”

Curiosa, apaixonada por livros e completamente consciente de que ainda tem muito a aprender. Aqui, compartilho um pouco desse universo!
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