Hamlet e o poder destrutivo da vingança

Enquanto preparava minha lista de 12 livros para 2020, percebi que eu precisava adicionar Shakespeare na minha meta de leitura anual. Estou decidida a me dedicar mais aos clássicos esse ano e, como o autor inglês sempre é citado entre as obras clássicas que todo mundo deveria ler, revolvi investir em seus livros. E com base nessa programação, fiz a minha primeira leitura de Hamlet.

Confesso que essa peça foi uma surpresa para mim. Eu não esperava NADA de Hamlet. Não conhecia o enredo, não li o resumo, não assisti nenhum vídeo, nem li alguma resenha sobre essa peça. Portanto, entrei nessa leitura de peito aberto, disposta me aventurar e me surpreender com a história. E como fui feliz na minha escolha! Agora eu entendo por que a peça se tornou tão famosa…

Se você nunca ouviu falar em Hamlet, essa é basicamente uma das peças mais icônicas e conhecidas de Shakespeare. Ela foi publicada em 1603, mas seu enredo emblemático e impactante gera repercussões – e estudos – até hoje. E é justamente por haver tantos estudos, teses, cursos e livros publicados sobre a bibliografia de Shakespeare, que eu não me sinto à vontade ou devidamente preparada para escrever uma resenha sobre esse Hamlet. Por isso, dessa vez preferi comentar o que aprendi com essa obra e explicar como essa peça me tocou. Talvez esse relato de experiência de leitura seja mais enriquecedor para você que está lendo esse artigo.

Antes de continuarmos, um breve resumo de Hamlet…

Apesar de não ser uma resenha, acho importante que você saiba um pouco mais sobre essa história. De forma bem resumida, trata-se de uma peça dividida em 5 atos, na qual você vai conhecer como o ódio e a vingança destroem a vida de Hamlet, o príncipe e herdeiro da Dinamarca. Após ser visitado pelo fantasma de seu pai, ele passa a planejar a vingança contra o seu tio, Rei Cláudio, que assassinou seu pai e ainda se casou com sua mãe, a viúva Gertrudes.

Você vai se deparar com vários trechos de monólogos e planos onde você percebe como o conhecimento dessa traição afeta a sanidade do príncipe, que muda de comportamento e de atitudes em função do seu plano de vingança. Até de sua amada Ofélia e de seus amigos, ele se afasta. O mais impressionante é ver como suas atitudes afetam as pessoas ao seu redor. Afinal, Hamlet é esperto e astuto e consegue interferir nos planos daqueles que tentam detê-lo. No fim, você entende por que essa peça é considerada uma tragédia. São poucos os personagens que não são acometidos por uma desgraça ou um final trágico. E sim, essa história rende e isso aqui foi apenas uma amostra grátis. Recomendo demais a leitura.

Agora sim, vamos passar para os aprendizados…

O poder destrutivo da vingança

Tenho certeza de que existem milhares de interpretações possíveis e pontos importantes que merecem ser discutidos a partir dessa peça. Porém, para mim, a principal delas é o debate sobre o poder destrutivo da vingança. Possuído pelo ódio e pelo desejo da vingança, Hamlet deu todos os passos rumo a sua própria autodestruição. Rompeu relacionamentos, violou princípios, se tornou irônico, amargo e perdeu o prazer pela vida. A peça tem vários momentos de monólogo onde você percebe como esses pensamentos vão corroendo sua mente e suas atitudes.

O mais interessante é que, somente depois de ter contato com o plano do seu Tio para conseguir a coroa e para casar-se com sua mãe, Hamlet começa a perceber a falsidade e a hipocrisia nas pessoas que o cercavam. Parece que a revelação da verdade sobre a morte do pai, abriu os seus olhos para vários aspectos da realidade que ele estava ignorando ou que não tinha percebido, incluindo para o conhecimento sobre si mesmo.

E de posse desse conhecimento, seu ódio e o seu desejo de vingança só ficaram mais inflamados. Hamlet ficou complemente cego por esse desejo, e não enxergava mais nada, nem mesmo as várias tragédias que se abateram sobre as pessoas ao seu redor, tragédias com as quais ele também estava relacionado.

Por isso, para mim, a principal lição dessa peça é que precisamos estar atentos para não deixar o ódio e o ressentimento criarem raízes na nossa mente. Precisamos aprender aproveitar as dores e as traições durante a vida, que alcança a existência de todos, e aprender com elas. E eu não quero dizer que isso é fácil – pelo menos para mim não é. Porém, eu entendo que aqueles que se deixam dominar por esse sentimento de ódio, de certa forma, acabam tendo um final doloroso, como Hamlet, em algum aspecto da sua vida.

Vídeos de apoio sobre Hamlet

Após assistir os vídeos que eu listo a seguir, percebi que esse livro merece uma releitura mais detalhada, que vai me ajudar a perceber outros aspectos da história e dos personagens que eu não tinha notado durante essa primeira leitura. Recomendo que assista todos.

Dados sobre a edição que eu li:

Eu li o e-book disponível no Kindle Unlimited.

  • Editora: L± Edição de bolso
  • Tradutor: Millôr Fernandes
  • Livro de bolso: 144 páginas/ E-book: 156 páginas

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Curiosa, apaixonada por livros e completamente consciente de que ainda tem muito a aprender. Aqui, compartilho um pouco desse universo!
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5 comentários em “Hamlet e o poder destrutivo da vingança

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